Em uma pequena cidade esquecida pelo tempo, escondida entre montanhas nebulosas, havia uma mansão antiga conhecida como a Casa de Aros. Durante décadas, a mansão esteve desabitada, com moradores locais evitando até mesmo passar por perto, temerosos das histórias que envolviam o lugar. Diziam que a mansão estava assombrada por almas presas entre dois mundos, incapazes de encontrar paz. Aos 23 anos, Lucas era um jovem graduado em Segurança da Informação, conhecido por sua lógica implacável e ceticismo em relação ao sobrenatural. Recentemente, ele se interessara por investigar locais supostamente assombrados, mais por curiosidade científica do que por crença. Movido por relatos sobre a Casa de Aros, decidiu investigar o lugar, armado com câmeras, gravadores de voz e outros dispositivos para capturar evidências do paranormal. Ao chegar à mansão, Lucas sentiu uma onda de frio percorrer seu corpo. O lugar parecia pulsar com uma energia antiga e maligna. Ignorando o desconforto, ele entrou. Cada sala estava coberta de poeira e teias de aranha, como se o tempo tivesse parado ali. Ele começou a instalar suas câmeras e a explorar os quartos, gravando cada detalhe. Em um dos quartos, encontrou um velho diário, pertencente a uma jovem chamada Eveline. As páginas estavam cheias de relatos sobre sua vida na mansão, mas os últimos capítulos eram os mais perturbadores. Eveline escreveu sobre um portal que havia sido aberto em sua casa, um portal entre o mundo dos vivos e dos mortos. Ela descreveu visões de figuras espectrais, sussurros no escuro e a sensação de ser observada constantemente. Conforme a noite caía, Lucas começou a ouvir sussurros indistintos, como se muitas vozes estivessem falando ao mesmo tempo. Ele verificou suas câmeras e gravadores, que estavam capturando sons inexplicáveis e imagens de sombras em movimento. Enquanto examinava as gravações, uma figura espectral apareceu ao seu lado e sussurrou em seu ouvido: "Ajude-nos." Assustado, Lucas percebeu que os fantasmas presos na mansão não eram malignos, mas almas desesperadas buscando libertação. Determinado a ajudar, ele continuou a ler o diário de Eveline, que descrevia um ritual para fechar o portal e libertar as almas. Preparado para realizar o ritual, Lucas reuniu os ingredientes descritos no diário e começou a entoar as palavras antigas. A mansão começou a tremer e um vento gelado encheu o ar. Sombras começaram a se contorcer ao seu redor, e ele sentiu uma presença pesada pressionando sobre ele. Com uma última explosão de energia, Lucas completou o ritual. O vento parou abruptamente e um silêncio sepulcral tomou conta da mansão. As sombras desapareceram e a sensação de peso e maldade se dissipou. Exausto, Lucas saiu da Casa de Aros com a certeza de que havia libertado as almas presas. Ele deixou a mansão com um novo respeito pelo desconhecido, entendendo que nem tudo pode ser explicado pela lógica e ciência. As histórias sobre a Casa de Aros mudaram, passando a contar sobre o jovem que libertou as almas atormentadas e trouxe paz a um lugar esquecido pelo tempo.